A viagem da Ordem dos Cavaleiros Templários para a Terra Santa passando pela Puglia.

Antes de tudo, era uma época em que os muçulmanos já haviam tomado boa parte das terras cristãs. No concílio de Clermont, em 1095, decidiu-se que as cruzadas deveriam ajudar militarmente o império bizantino, garantir a chegada dos peregrinos à Terra Santa, reconquistar Jerusalém e unir as igrejas ocidental e oriental. Após a primeira cruzada, em 1118, a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão (Cavaleiros Templários ou Ordem do Templo) foi fundada e reconhecida pela Igreja como protetora dos peregrinos. Rapidamente os mantos brancos com cruzes vermelhas se espalharam pela Europa. Era o início da história dos Templários na Puglia (Apúlia).

 

A Ordem dos Cavaleiros na Puglia

A Puglia, no sul da Itália, devido à sua posição estratégica como ponte entre o Ocidente e o Oriente, fazia parte do caminho dos peregrinos, cavaleiros e mercadores para a Terra Santa porque possuía alguns dos principais portos de embarque, por exemplo, Barletta, Trani e Brindisi.

Os templários estavam na Puglia desde 1143 e a região era a maior concentração de domus templari. No interior da Capitanata e do Gargano a ordem encontrou terra fértil para o cultivo de trigo, vinho e azeite e na Murgia, na Terra de Bari, extensas pastagens para os rebanhos de bois e búfalos para a produção de carne, leite e lã. Os templários construíram igrejas e hospitais, que eram base de apoio para os peregrinos que passavam pelos santuários antes de embarcar para a Terra Santa, por exemplo, o Santuario di San Michele Arcangelo, em Monte Sant’Angelo.

Acusada de blasfêmia e heresia por adoração a Baphomet, ídolo pagão (posteriormente, associado ao Satanás), a ordem dos templários foi suprimida pela Igreja. Muitos cavaleiros foram presos e muitos bens foram apropriados ou destruídos. O fim dos templários veio com uma bula pontifícia, a Vox in excelsoì. Dos templários na Puglia restou apenas o damnatio memoriae, a condenação da memória.

Todavia ainda existem vestígios da presença dos templários na Puglia. Na Terra di Bari, por exemplo, Barletta foi a sede da Ordem na Puglia, em outras palavras, capital da expansão templária no sul da Itália. A Basilica del Santo Sepolcro e o Ospedale dei Pellegrini são os lugares ligados aos templários e peregrinos que iam e viam da Terra Santa. Enquanto o Castelo hoje conserva um lapidário com lápides dos cavaleiros templários.